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Como a sacola plástica mudou meu pensamento (e hábitos)

  • Foto do escritor: Si Joga no Mundo
    Si Joga no Mundo
  • 25 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Saindo do Biedronka, uma umas redes de mercado mais conhecida da Polônia, e indo em direção a minha casa temporária, mas uma vez, havia esquecido a sacola retornável na gaveta de casa. Bufei, por ser a terceira vez na semana que esquecia as sacolas em casa e precisava levar todos os itens na mão. Leite, pão, chocolate e algumas cervejas... Mas no final das contas, a errada era eu.

Morar em outro país faz com que você tenha contato com aprendizados locais únicos, extremamente diferentes de quando você está simplesmente passando pela cidade a passeio. Em vários países da Europa as sacolas plásticas são pagas e o costume de todos é ter sua própria sacola.

Na primeira vez na Europa, lembro das vezes que fui ao mercado e achei isto incrível, mas de fato, nada mudou na minha vida. Afinal, estava com minha mochila de viagem e no final das compras - que não eram tantas -, colocava todos os itens dentro da minha mochila e ia embora. Mas, ao ir morar, as compras do mercado, obviamente, aumentaram, e nem sempre estava com uma mochila nas costas. Às vezes eu saia dar uma volta no parque, e opa… vou passar no mercado e pegar uns dois itens, e lá estava eu sem sacola.


As queridinhas sacolas, tão úteis, simples, práticas e gratuitas faziam uma falta danada no meu dia no começo. Mas hoje, não fazem mais. Apesar de serem práticas, elas têm um alto custo ambiental por serem feitas de recursos naturais não-renováveis, como o petróleo ou gás natural. Há cada hora, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas no Brasil. No mundo, em um ano, quase 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas. Número absurdo, não é mesmo?


Mas ao me mudar para lá, pouco fazia diferença este número na minha vida. No começo, me importava em pagar 0,50 zlóty (em torno de 0,65 centavos) em uma sacola toda vez que ia ao mercado. Depois de um tempo, frequentando o mesmo mercado e os mesmos atendentes, comecei a sentir vergonha com os olhares de “Poxa, você tá vindo há uma semana e não tem uma sacola? Você comprou uma ontem!. Até que veio a parte mais importante e essencial para mim, como a minha sacolinha de 0,50 zlóty influenciava negativamente a natureza e como eu era responsável ecologicamente pelo mundo.


Cada sacola que eu comprava, de alguma forma, afetava o meio ambiente. Mas quando entendi isso, ficou mais fácil lembrar da sacola. Não posso negar que inúmeras vezes esqueci a sacola em casa, mas por saber da importância de não comprar uma sacola, levava todos os itens enfiados nos bolsos e mãos. Mas, ao criar este olhar sobre as sacolas plásticas foi um grande e importante passo para inserir na minha rotina esta prática.

A atitude de cada um faz diferença na soma final. Este consumo consciente da sacolinha começa com uma consciência individual de como o produto polui em todas as etapas (desde matéria-prima, produção e pós utilizado), mas que ao perceber o impacto coletivo, já que o número se torna expressivo, você percebe que você pode fazer aquele número diminuir. 


Me acostumei a sair de casa sempre com uma sacola mesmo que não fosse passar em um mercado. E este hábito se tornou presente na minha volta ao Brasil e acho estranho ver as pessoas usando de forma descontrolada as sacolas no mercado. Engraçado, pode ser, mas a sacola mudou minha forma de pensar e ser. 

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