Porque eu não gosto de city tour | Ewerlyn
- Si Joga no Mundo
- 29 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Antes de começar a viajar sozinha, era comum em viagens com família e amigos contratar o serviço de city tour. Aos poucos eu fui descobrindo que realmente esse serviço que não tinha a ver com o meu modo de viajar e aproveitar os lugares.
Na primeira vez que estive em Buenos Aires, foi uma passagem rápida de dois dias apenas e no primeiro dia contratamos um city tour. Pelo tempo, poderia ser a coisa mais viável, mas eu perdi totalmente a liberdade de aproveitar os lugares que eu mais gostei, mesmo que tivesse que abrir mão de conhecer todos os pontos turísticos da cidade. Foi quando eu percebi que, pra mim, o interessava era a qualidade do passeio e não a quantidade de lugares “vistos”. Tirar foto correndo, não poder sentar e aproveitar a vista, curtir a paisagem...
Pode ser que pra você funcione, que seu objetivo seja apenas ver a maior quantidade de pontos turísticos possíveis, mas eu gosto mais da experiência. A viagem pra mim tem que ser vivida, mesmo que você se perca no metrô (como aconteceu comigo em Nova York, mas essa é outra história...).

Depois de uns anos tive a oportunidade de passar um feriado prolongado em Buenos Aires (4 dias). Fui sozinha. Antes de ir, consultei o mapa da cidade, os lugares que queria visitar, fiz uma lista, conversei com pessoas que já tinham ido ou morado lá e montei meu cronograma (o que particularmente dá trabalho, mas eu acho uma das partes mais divertidas da viagem). Um amigo meu que tinha morado lá, pediu que eu levasse uns “produtos brasileiros” (café e leite condensado) pra uma amiga brasileira que ainda morava lá.
Chegando lá, a primeira coisa que fiz foi trocar dinheiro no Banco da Argentina. Ele fica ao lado da Casa Rosada. Aproveitei pra passear no centro, na Rua Florida, comer empanada. Combinei de jantar com a brasileira naquela noite para entregar os produtos. Nos encontramos no metrô e fomos num restaurante ótimo, especializado em milanesas, sugerido por ela. Ela se ofereceu pra ser minha companhia nos outros dias, já que era fim de semana. Isso foi realmente ótimo porque me ajudou muito a conhecer a essência da cidade - o morador local tem boas indicações, sabe onde comer com qualidade e bom preço, como não se meter em furada... Essa é uma boa dica, porque um local sempre vai ter boas recomendações de lugares bons e baratos para comer, e de lugares para conhecer que nem sempre estarão no roteiro turístico da cidade.
No dia seguinte, seguimos o meu planejamento, fazendo as coisas com qualidade e sem pressa. Fomos num dos pontos turísticos mais conhecidos de Buenos Aires, a Floralis Generica. Essa escultura fica num parque lindo, com uma vista incrível, mas da primeira vez que estive lá eu fiquei só 15 minutos, apenas para tirar algumas fotos, e por isso quis retornar. Dessa vez eu sentei na grama e pude apreciar o lindo por do sol de Buenos Aires. Terminamos o dia tomando cerveja em um dos bares da região.
Igualmente foi no Rosedal, um lugar que não pode ser visto em meia hora. Se puder, vá com tempo, sente, aprecie as rosas, fotografe, medite. Alguns lugares merecem atenção e seu tempo. Claro que nem todas as viagens permitem isso.
Consegui cumprir meu planejamento? Não hehehe... Mas o que eu fiz, foi com qualidade. Não consegui fazer tudo o que estava na minha lista, porque alguns lugares eu desprendi mais tempo do que imaginei. Mas isso não é ruim. Eu aproveitei o momento que estava vivendo. Parei, observei, fotografei, degustei daquela experiência. Pode ser que esse tipo de viagem dê mais trabalho, precise de mais planejamento, mas vale muito a pena.
E a amizade que fiz, hoje trago pra vida. Não tem como ter uma experiência mais completa!
Ewerlyn é engenheira e professora de matemática. Fã de moda e apaixona por viagens, viajando sozinha desde 2016. Consultora em coloração pessoal @ewerlynane.consultoria
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