Viajar é colecionar momentos | Jaque por aí
- Si Joga no Mundo
- 27 de jul. de 2020
- 6 min de leitura
Viajar: é conhecer lugares, fazer parte deles, ter a experiência de viver como eles vivem, conhecer pessoas diferentes de você e sentir a conexão humana além das fronteiras. É ver as coisas com novos olhos, é a liberdade de desbravar o mundo, olhar o mapa e lembrar de como você foi transformado através dos lugares que visitou, e pelas coisas que você viu.
A vida não é apenas trabalhar, pagar contas e morrer, você nasceu para fazer muito mais que isso!
Meu nome é Jaqueline, sou responsável pelo instagram jaque_por_aí, viajante há 5 anos, visitei 5 países e 6 estados, e também realizei alguns passeios mais próximos aqui na minha região. Sou do interior de São Paulo, amo viagem, fotografia e tudo que é relacionado a isso.
Sempre gostei de pesquisar informações sobre diversos lugares, durante a minha infância toda recebia cartões postais, cartas e fotos de uma tia que reside nos Estados Unidos, achava incrível, porém não imaginava sequer sair do País um dia. Minha primeira viagem de avião foi apenas aos meus 23 anos (hoje estou com 33).
Nunca fui rica, mas sempre fui organizada e econômica, e de uns tempos pra cá passei a administrar ainda melhor as finanças. Deixei de comprar coisas superficiais como roupas, sapatos, na verdade eu nunca tive paciência mesmo para ficar horas em uma loja. Nos últimos 5 anos foquei em economizar para ver o sol nascer em diferentes lugares, colecionar momentos que ficariam para sempre guardados na memória e no coração. Todo o ano passei a realizar pelo menos duas ou três viagens, algumas mais próximas, outras mais distantes, sempre organizando tudo sozinha, desde roteiro, hospedagens, hotéis, era uma pesquisa constante para economizar e viajar mais.

A viagem que mais me marcou?
A viagem que mais me marcou foi a minha primeira viagem internacional – Cancun! Ah, estar em outro País, nadar com os golfinhos, meu sonho de infância! Tá na verdade o sonho era nadar com o boto cor-de-rosa (aos meus 4, 5 anos eu adorava a música Boto Rosa da Xuxa, eu ainda lembro vagamente) e desde então eu sempre quis conhecê-los, mas boto fica no Amazonas/Brasil né? Então, depois de adulta troquei o boto pelos golfinhos.
Cancún é um verdadeiro paraíso, mar do caribe, parques temáticos, a melhor balada (Coco Bongo), as diversas praias, a hospitalidade dos Mexicanos, a cultura, a gastronomia, enfim, tudo lá me encantou. Claro que todas as viagens são lindas, até a que fizeres na rua do teu bairro, tudo dependerá do estado da sua alma, mas essa sempre será especial.
Os perrengues... ah os perrengues.
Foi em Cancún também que passei o que posso chamar de perrengue engraçado, na época eu estava casada, estávamos eu, o marido e um casal de Brasileiros que conhecemos lá. Fomos realizar o nosso primeiro snorkel em alto mar, na ilha de Cozumel a 60 quilômetros de Cancun, conhecida por ter a 2° maior barreira de corais do mundo. Devido ao barco mexer muito todos passaram mal e não desceram, exceto eu. Eram tantos peixes como eu nunca havia visto antes, um verdadeiro aquário em águas cristalinas, lindo demais, fiz várias fotos e vídeos. Porém depois do passeio ao ver as fotos que desastre, ao pular do barco (com o colete) eu não percebi que a parte de cima de meu biquíni havia subido todinha, perdi todas as fotos. E o pior, haviam várias pessoas fazendo snorkel ao meu lado, inclusive brasileiros, será que alguém viu alguma coisa? Ninguém me avisou... Espero que não tenham visto, fiquei morrendo de vergonha mas depois dei risada da situação, fazer o que?!
O pior perrengue mesmo foi em San Andres/Colômbia, este foi o perrengue do medo. Decidi fazer mergulho (com cilindro), desta vez de blusa. Era meu primeiro (e foi o último), eu estava apavorada, queria desistir mas não tive coragem pois já havia pago. As instruções foram passadas ali mesmo na hora em espanhol, sem teste na piscina nem nada. Estávamos em um grupo de 6 pessoas e 2 instrutores, um deles percebeu o meu medo e desceu apenas comigo. O mergulho seria realizado a 12 metros, todos chegaram, exceto eu que cheguei a pouco mais de 4, mas acreditem já era muito fundo, em determinados momentos eu conseguia andar e apoiar o pé no chão, mesmo com medo no começo eu curti sim, é muito diferente e único, a cada passo eu ia afundando mais e o fundo do mar parecia um enorme buraco com aquela vida marinha incrível!
O problema é que o ouvido doía muito e eu não conseguia fazer a despressurização, apertava o nariz para soltar o ouvido e entrava água na máscara, até que em determinado momento entrou muita água e eu me apavorei. E neste momento de pânico sem conseguir respirar direito eu tirei a o oxigênio da boca, as bolhas começaram a subir, eu me afogando na hora só pensei: Morri! Foi horrível. O instrutor foi muito ágil e tentou me fornecer o seu respirador reserva, mas como eu já havia engolido muita água não consegui utilizar. Foi então que rapidamente ele inflou o meu colete para que eu retornasse à superfície. Graças a Deus deu tudo certo, mas poderia ter acontecido uma tragédia, foi um tremendo susto. A viagem em si foi sensacional, fizemos passeios incríveis, porém no mergulho quase morri, isso com certeza ficará marcado para sempre.
Em minha última viagem, para Curaçao, dormimos com um grilo uma noite toda cantando na casa, que era escura e não achávamos o bonitinho para tirar de lá. Fiquei quase 7 dias vivendo a base de hambúrgueres porque a comida era extremamente cara e em algumas praias no almoço eles nem serviam, eram apenas petiscos. Mas tudo bem, quem liga para comida estando em um lugar paradisíaco deste! Em uma das praias fizemos snorkel sobre tartarugas gigantes e uma mordeu minha bunda.
A conclusão é que uma viagem (como tudo na vida) não é composta apenas de momentos perfeitos, perrengues sempre acontecem, e se não tiver não terá história para contar, se aconteceu é porque ela foi bem aproveitada, e é assim que tem que ser. Se joga, curte, aproveita mesmo, cada viagem é um momento único.
E se me perguntarem sobre qualquer uma das minhas viagens eu lembro sempre de duas coisas: Um perrengue que tenha ocorrido e um momento especial que tenha me marcado, seja aquela comida maravilhosa, aquele item que você comprou no mercado que não tem aqui, aquele passeio para um lugar que era ainda mais incrível que nas fotos, aquela pessoa que você conheceu por lá, algo desconhecido que tenha feito, medos que tenha superado, enfim quanta coisa legal para viver e recordar.
E a pandemia..?
Agora em 2020 devido a pandemia as viagens foram adiadas, a situação está realmente muito triste e difícil no mundo todo, adiou tantos planos e sonhos, porém acredito que quando isso tudo melhorar o turismo vai retornar, e que retorne ainda mais forte.
Minhas viagens também foram adiadas devido a minha vida pessoal, após um longo relacionamento (de uma vida na verdade), e anos organizando viagens para o casal chegou o momento de organizar as minhas viagens sozinha. Acredito que tudo tem seu tempo e agora é o meu momento, e se um dia eu voltar a organizar viagens para casal, que seja para alguém que tenha o mesmo brilho nos olhos, que seja sonhador e faça de cada lugar único um lugar ainda mais especial, que tenha este deslumbramento para descobrir o novo, o mundo, afinal é preciso estar em sintonia. Que esteja preparado para mudanças, pois aquele que retorna de uma viagem jamais é o mesmo que partiu, e como é bom vivenciar tudo que uma viagem pode nos proporcionar.
Agora permanecem as lembranças, foram viagens incríveis que dediquei anos para que acontecessem, permanecem também os meus sonhos, pois mediante a tudo isso eles foram adiados, mas não cancelados pois sei que Deus está cuidando de tudo.
Neste momento estou me descobrindo de uma outra maneira, li uma frase que dizia: Um dia é necessário parar de sonhar e de algum modo partir, então vamos lá? Quem me acompanha logo saberá de meus projetos, ainda terei muitas história para contar e muitos caminhos para trilhar pois o mais importante na vida é COLECIONAR MOMENTOS, NÃO COISAS.
Um grande abraço, e precisando de dicas podem chamar.
Instagram: Jaque por aí

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