Manu, como é morar no Vale do Silício?
- Emanoelle Santos
- 21 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de jul. de 2020
Uma jovem de bicicleta passou por um rapaz que circulava com seu cachorro pelos corredores do ambiente. Dava para ouvir uma bolinha de pingue-pongue quicando ao fundo. Na cozinha, colegas preparam café de máquina e, ao lado, os novatos enchiam o copo de chopp. No meio do espaço, uma cabana feita de couro sintético abrigava pequenos puffs espalhados pelo chão.
“Não quero sair dali” - pensei.
E caminhei rumo a geladeira gratuita cheia de soft drinks e marmitas. Parecia que eu estava dentro de uma daquelas revistas de tendências que a gente acha que nunca vai acontecer, mas era só mais um dia no novo escritório.

Há dois anos vivi uma maratona de dois meses na terra dos impérios tecnológicos. Desde então, escutei mais de dezenas de vezes: Manu, como é morar no Vale do Silício?
O primeiro parágrafo é verídico, embora não conste na maioria das minhas respostas. No geral, comen
to sempre sobre as visitas às grandes empresas, como o dia que conheci o interior do Instagram, as palestras na sala central da Microsoft, a biblioteca de Stanford e os eventos no nosso coworking - que foi também o da Uber, a propósito.
Uma das características do novo império é que seu valor não está mais ligado atrelado a um produto físico, mas à oferta de serviços e experiências agradáveis em todos os patamares: clientes, empregados, parceiros, investidores. Por isso, acredito que investem tanto em infraestrutura, eventos e mimos.
Fico feliz em contar com detalhes sobre esses momentos ilustres e mágicos. Fizeram meus olhos brilhar e eu vejo os olhos brilhando daqueles que escutam. Muita gente diz que a região do Vale do Silício é ‘coisa de outro mundo’. E eu concordo. Não por conta dos escritórios descolados. Sim porque acredito que por detrás das paredes coloridas, playground e eventos gratuítos regados a álcool, há um espaço que permite uma liberdade criativa e interpessoal que eu jamais vi em outro lugar do mundo.
Dizem que empreender no Vale do Silício é garantir sempre a primeira reunião (com um prospecto investidor ou parceiro). Difícil é conseguir a segunda. Afinal, todos estão interessados em projetos incríveis que podem render infinitos dólares. Porém, ninguém quer perder tempo que é contabilizado na cidade mais cara dos Estados Unidos.
// Em uma sociedade livre, informação é o nome do jogo
E a grande maioria dos empreendedores por lá apostam todas as fichas, com ou sem cartas na manga. Conversam, conectam, estudam, colocam em prática e, se são corajosos, pedem ajuda. Não têm medo de perder a ideia para um novato e, por isso, eles se arriscam muito. Essas características, para mim, são responsáveis para dar magnitude à grandeza do Vale do Silício.
Em resumo, são as pessoas por lá que, envolvidas por um ambiente altamente competitivo, fazem de tudo para não ficarem para trás. E essa estratégias têm dado resultado positivo, num patamar maior.
No meu caso, não foi bem assim. Meu projeto não deu tão certo, porém desisti rápido. Se você continua querendo saber mais sobre os motivos que me levaram ao Vale do Silício aos 21 anos, fica de olho por aqui.
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