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Intercâmbio voluntário: menos grana, mais propósito

  • Foto do escritor: Emanoelle Santos
    Emanoelle Santos
  • 29 de ago. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 29 de ago. de 2020

*O texto abaixo é escrito usando o gênero feminino como universal.





Ontem , (28 de agosto) foi o dia Internacional do Voluntariado, e não poderia deixar de escrever sobre essa nobre vocação. Por certo, antes mesmo de ser estudante, eu já era voluntária.


Desde criança na igreja, depois na escola. No exterior, não foi diferente. Regresando ao Brasil, voltei a ser. Inclusive, hoje em dia eu sou voluntária na ONG Ajude o Pequeno e, com certeza, continuarei a ser nela ou em outra instituição.


Dedicar tempo e esforço para ajudar alguém é uma forma única de sentir-se viva e útil ao mundo. Especialistas dizem que se voluntariar ajuda a prevenir a depressão e ansiedade, além de gerar mais qualidade de vida. Sinceramente, eu só posso concordar!


Para mim, ser voluntária sempre foi algo normal, parte da minha rotina. Em 2017, enquanto vivia em Portugal, fiquei sabendo da existência de intercâmbios voluntários. Na época, eu já estava no intercâmbio e gostaria de… pois bem… fazer um intercâmbio no intercâmbio. A ideia era passar o verão em algum hostel, trocando o trabalho por hospedagem. Não deu certo pois voltei ao Brasil antes que o previsto.


Um ano depois, vivia em Walnut Creek - Califórnia e necessitava, urgentemente, melhorar meu inglês. Com zero condições de pagar um aluguel no metro quadrado mais caro dos Estados Unidos eu recorri ao Worldpackers - uma das plataformas mais conhecidas no mundo para intercâmbio voluntário. Felizmente, um Hostel em San Francisco me aceitou. Porém (inclui-se aqui uma história curta e dramática), não rolou.


6 meses mais tarde, por fim, me candidatei para ser voluntária em uma casa comunitária de viajantes em Las Vegas e, por fim, deu certo!


Mas como é ser voluntária viajando?


Ser uma voluntária significa oferecer seu tempo a uma instituição, comunidade ou projeto social que precise de habilidades que você pode oferecer, sem receber uma ajuda financeira. Quando falamos de Intercâmbio voluntário, se trata de uma maneira de oferecer seu trabalho em troca de moradia, alimentação e outros benefícios que o destino irá te disponibilizar (que não incluem dinheiro).


Você pode, por exemplo, ensinar idiomas, participar de um programa de empoderamento feminino, cuidar de animais ou plantas, fotografar, cozinhar, limpar….


As vantagens dependem de cada projeto ou programa. No meu caso, eu ajudava na organização da casa, planejava eventos e recebia hóspedes. Não era pesado. O trabalho durava em média 4 horas por dia e eu tinha 2 dias livres na semana.



Como encontrar


Existem dezenas de organizações e empresas que facilitam esse processo: ONG’s, agências de viagens, escolas de idiomas, startups e por aí vai.


Algumas cobram planos de assinaturas, outras possuem taxas de adesão ou moradia. Geralmente, as mais baratas não dão um suporte especializado. As agências, por exemplo, podem te ajudar no processo inteiro, mas irão cobrar por isso.


Opções para dar uma olhadinha


  • Worldpackers e Workaway são plataformas digitais que conectam os voluntárias diretamente com projetos em todos os continentes.


Recomendo para viajantes ‘experientes’, pois todo o processo será feito por você. As plataformas até oferecem um suporte, mas é você quem irá se conectar diretamente com o projeto de destino.



  • Exchange do Bem é uma empresa social que tem o objetivo de fomentar o voluntariado, conectando voluntárias com diversos projetos ao redor do mundo, com opções na na África, Ásia e América Latina.

É possível viajar com grupos também!


  • A Aiesec, através do programa ‘Voluntário Global’, oferece centenas de oportunidades em todo o mundo. Todos os projetos são vinculados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e possuem grande potencial de impacto. Os projetos têm duração de 6 a 8 semanas e ter entre 18 e 30 anos. A AIESEC possui uma equipe que poderá te assessorar em todo o processo, por outro lado, é necessário pagar uma ou mais taxas.


Preços, requisitos e destinos


Em cada uma dessas opções você irá encontrar diferentes preços e destinos. No geral, a maioria desses programas requerem que você pague a passagem + uma taxa.


Por exemplo:


O Worldpackers cobra 49 dólares para o plano de viagens, que vale por 1 ano e 6 meses. Nesse período, você poderá se candidatar para inúmeros trabalhos voluntários. Após ser aceita, é necessário arcar com o transporte até o local, bem como com as despesas que não estão incluídas no programa que você escolher. No meu caso, eu não gastava com quase nada. Tinha todas as refeições incluídas e até algumas viagens locais.


Se você não fala inglês nem espanhol… tudo bem! Você também pode fazer voluntariado no Brasil (Veja o site da AIESEC) ou em Cabo Frio, Angola, Moçambique, entre outros.




Cuidados


Eu tive uma experiência particularmente ruim com Worldpackers. Após um problema com o host (gestor da casa), eu fui convidada a ir embora. A plataforma não prestou suporte algum e tive que me virar por conta própria.


Para evitar inconvenientes, procure conhecer pessoas que já ficaram naquele destino. Uma boa forma é analisar comentários na plataforma (no caso worldpackers) e contatar diretamente os antigos moradores.


Em todas as opções, mesmo por agências, não hesite em fazer muitas perguntas e esclarecer consequências. Por exemplo: O que acontecerá se eu tiver um problema pessoal? O que fazer se eu me sentir incômoda? Como posso denunciar um abuso?


Nós, mulheres, muitas vezes ficamos acanhadas para fazer perguntas e ficamos caladas por vergonha ou temor. Por isso, encorajo você a colocar sua segurança em primeiro lugar e viajar sem pulgas atrás da orelha!


Let’s go?


Independentemente do lugar, ser voluntária é sempre uma boa ideia! Preenche a alma e, considerando viagens, alivia o bolso.


Se você dar o primeiro passo para um intercâmbio voluntário, que tal começar sendo voluntária comigo na ONG Ajude o Pequeno? Clica aqui.



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